Morreu na terça-feira, aos 75 anos, Hilly Kristal, fundador do clube nova-iorquino CBGB. O local foi vital para a explosão da cena punk mundial nos anos 70, abrigando apresentações de nomes como Ramones, Blondie e Talking Heads. O clube, no entanto, foi obrigado a encerrar suas atividades no ano passado por causa dos valores dos aluguéis.
A morte de Kristal, que enfrentava as conseqüências de um câncer no pulmão, foi anunciada por seu filho nesta quarta-feira. O empresário estava internado no Cabrini Hospital, de Nova York.
Já distante de seus dias de glória, o CBGB perdeu a batalha contra os crescentes valores dos aluguéis no bairro do Bowery e teve que fechar suas portas. O espaço era propriedade de uma entidade que cuidava da população sem-teto e que reclamou na Justiça mais de US$ 300 mil em compromissos não-honrados.
A despedida, na madrugada do dia 16 de outubro do ano passado, contou com músicos como Patti Smith, que prestaram sua homenagem ao local em que a cena punk se firmou e começou a espalhar suas raízes pelo mundo.
Após o anúncio da morte de Hilly Kristal, fãs deixaram recados na área do CBGB. "Descanse em paz, Hilly, nós vamos sentir a sua falta", dizia uma mensagem em spray. Havia também velas, flores e um taco de beisebol de borracha - uma aparente homenagem ao clássico "Beat on the brat" (Bata no garoto), dos Ramones.
Kristal começou o clube em 1973 mirando outros gêneros musicais - as iniciais CBGB significam Country Bluegrass Blues and Other Music for Uplifting Gormandizers (Blues de raiz e outras músicas para edificantes comilões). Em seus últimos dias, o CBGB havia se tornado parte museu, parte bar. A idéia de Kristal era que a marca fosse usada em um outro empreendimento em Las Vegas.
A gente curte hoje dois momentos clássicos do CBGB. No primeiro, os Ramones tocando "Blitzkrieg Bop" na década de 70. No outro, os Bad Brains detonando o hardcore em 1982.
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